quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chuva londrina...

(OBS: Dia verdadeiro - Domingo, 03.08.08)

Meu primeiro dia na minha grande viagem não foi lá dos melhores. Quando me despedi de todo mundo, tive muita vontade de chorar; e chorei algumas vezes, principalmente quando li a carta da Isadora. Queria ter escrito uma carta também, mas acabei esquecendo, pois deixei tudo pra ultima hora, como sempre.

No vôo, acabei conhecendo um austríaco muito legal, Leo, e conversamos praticamente durante toda viagem, o que me deixou entretido e tirou a tristeza da minha cabeça por uns instantes. Não consegui dormir nem um pouco; até estava cansado, mas, era simplesmente impossível dormir naquele avião apertado.

Quando cheguei em Madrid, o pesadelo começou. Me jogaram de um lado para o outro para passar pelo controle da imigração e acabei nem podendo me despedir do Leo, que tinha uma conexão para Frankfurt. Depois, ainda no aeroporto da cidade merengue, conheci um brasileiro que também estava indo para Inglaterra, só que para Cambridge, e ele era mais velho já, quase um formando de medicina. O vôo acabou atrasando muito, e eu comecei a ficar cansado, angustiado, ansioso e nervoso.

Finalmente o vôo saiu e, um tempão depois, cheguei em Londres. A imigração foi tranqüila, não teve problema nenhum. Mas o caminho do aeroporto até a minha casa foi um dos maiores perrengues que passei na vida. Estava completamente sozinho. Sabia aonde eu deveria chegar, mas não como. Pedi informação para muita gente, mas todos falavam coisas completamente diferentes, e, além disso, eram grosseiros. Sem saber mais o que fazer, liguei para a homestay e pedi ajuda. A Mrs Stanford me explicou o que eu tinha que fazer e depois de QUATRO horas cheguei em casa...(Nesse meio tempo, a mala quebrou e ainda começou a chover; tive que sair pelas ruas carregando vinte e três quilos de roupas numa chuva de boas vindas à Londres.)...

A casa me frustrou um pouco. Eu pensei que seria uma casa de uma família classe média-rica, que o meu quarto seria grande e confortável, com TV e radio. Pelo menos era isso que a descrição que a escola me passou dizia. Mas a família é humilde, e a casa meio bagunçada, desleixada. Meu quarto é incrivelmente pequeno, mas tudo coube direitinho, então não tenho do que reclamar. A cama, pelo menos, é confortável e quentinha.

A família parece ser legal. A Mrs Stanford é uma negona simpática; me ofereceu um cartão pra fazer ligações, um lanchinho e me explicou tudo direitinho. O filho, Daniel, que eu pensei que era desempregado (a ficha não comentava nada a respeito de sua ocupação), tem algum tipo de problema mental e eu não entendo absolutamente nada do que ele fala. Com a filha, Denise, eu troquei duas palavras e só. Não parece ser tão simpática quanto os outros.

Resumo: foi um dia estressante e cansativo, daqueles que se quer esquecer. Mas calma, ainda tem muita coisa pra acontecer. Só daqui a uma semana vou ter uma idéia de como será a vida por aqui.

Saudades de todos...
...beijos e abraços

Um comentário:

Patricia Boehme disse...

Filho... puxa, não sabia que tinha sido tão difícil... Não era á toa que eu estava com o coração apertadinho... No fundo acho que será bom pra vc estar só, sim... Ter que resolver as coisas sem ninguém pra te dizer o quê fazer... Vc finalmente vai ter que prestar atenção "exclusivamente" em vc mesmo. Não deixa de se alimentar direito, e de passear muuuuuuito por aí! Te amo!